APRESENTACAO

apresentação

 

Nesta página quero escrever algumas palavras sobre a proposta do escritório nestes 40 anos.

A minha formação na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo foi dirigida a princípio, para atuar na área de Patrimônio Histórico depois de graduado.
Acabei adquirindo neste período um conhecimento teórico sobre história da arquitetura que muito me ajudou conceitualmente no decorrer da carreira, na concepção e criação de meus projetos.
Nos primeiros anos de trabalho recebi convites para projetar residências unifamiliares que com o tempo se avolumaram.
Com esta nova realidade, o que inicialmente seria uma atuação somente em patrimônio, acabou se consolidando na área de projetos.

Nestas quatro décadas tenho executado muitos projetos de residências, vários publicados em revistas especializadas.
Sempre pensei na arquitetura como arte, norteado pela definição de Lucio Costa aqui apresentada e, no início,segui a linha brutalista. Após os anos 80 enxerto pinceladas de pós-modernismo, seja utilizando componentes de historicismo ou vernacular e hoje em dia procuro mais as linhas puras, desenhos mais limpos.

Nos projetos de residências de uso exclusivo de uma família, sempre coloco que o papel do arquiteto é filtrar as idéias e desejos dos proprietários transformando-os em matéria, com isso devo ter alcançado o objetivo de nenhuma casa ter “minha cara” fazendo com que a família se sinta autora do projeto.

No desenvolvimento dos estudos preliminares sempre construo maquetes físicas artesanais, em papel madeira e esboçando a mão livre os conceitos do projeto, na presença dos futuros moradores.

Hoje em dia ainda utilizo estas ferramentas nos estudos preliminares mesmo na criação de obras em maiores dimensões. Muito me gratifica ver na mesa de empresários e famílias, minhas maquetinhas sendo estudadas e analisadas.

A produção de projetos de residências unifamiliares logo começou a ser mesclado com projetos de escolas para o governo do estado de São Paulo, a convite da Conesp-Companhia de Construções Escolares do Estado de São Paulo.

Para elaboração destes projetos a Conesp oferecia aos arquitetos contratados um caderno contendo uma preconcepção modular dos ambientes da escola.

O escritório concebeu cerca de 30 escolas neste moldes, onde se utilizava a linguagem do concreto aparente mesclado, com vedos em tijolos cerâmicos. Nas que projetei, desenhei sempre panos de telhado bem inclinados com telhas cerâmicas e geometria livre. Neste período, a Conesp convidou alguns colegas para projetar as escolas padrão de quatro, seis ,oito e doze salas de aula. Meu escritório foi convidado para executar o projeto das escolas de doze salas de aula, em dois pavimentos e a seguir em três pavimentos, sendo implantados em diversas cidades do Estado, o que muito me orgulha.

Na sequência de minha carreira, aos projetos de residências, agora mesclados com os de escolas públicas, começaram os convites para projetos de escolas particulares, hotéis, hospitais e da UNESP-Universidade Estadual Paulista, para projetar dentro do campus da cidade de Rio Claro, os prédios do Instituto de Geociências e Ciências Exatas.

Nestes projetos continuei utilizando a mesma linguagem dos projetos residenciais, os telhados em telhas de barro com acentuada inclinação, estrutura de madeira na cobertura com cachorros de beirais aparentes e deixando a estrutura de concreto aparente.

Começando a ser convidado por construtoras e empreiteiras na segunda década de minha carreira , tenho executado ao longo destes anos vários projetos para construção de edifícios de apartamentos, escritórios, condomínios horizontais e conjuntos habitacionais de interesse social como mostro nas fotos. Passo agora nestes projetos, a mesclar com a linguagem brutalista, pinceladas de conceitos pós-modernistas. No edifício sito a Rua do Paraíso e outro na Rua Joaquim Floriano aqui apresentados, utilizo esta ferramenta incorporando a linguagem arquitetônica contemporânea, elementos de historicismo.

Acho importantíssimo na produção arquitetônica os projetos serem sempre atemporais ou seja nunca se identificar uma construção pelo ano em que foi concebido e afirmo que a única forma de não se prender a estilos de época e nem modismos é mostrar a nobreza de materiais básicos como cimento, tijolos e madeira.

Nas duas últimas décadas creio que na produção arquitetônica esta havendo um uso exagerado de revestimentos de fachada e internos com chapas de alumínio composto (alucobond) e revestimentos cerâmicos, como o porcelanato o que daqui a alguns anos identificará estas obras como sendo do inicio do século. Tento e persigo no meu trabalho o ideal de fugir destas tendências.

Completando a apresentação do escritório, tenho atuado também no segmento de comunicação visual desenvolvendo logotipos e identidades visuais de algumas empresas e projetando estandes em feiras de exposições. Na área de planejamento urbano projetei dois loteamentos, um em Tatuí e outro em Itapevi.

Arquiteto Eduardo Freua
Janeiro de 2014